quarta-feira, 23 de novembro de 2011

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Meu Deus, eu não sei o que deu em mim hoje. Bateu cansaço de tudo, sabes? Bateu cansaço da escola, dessas provas bimestrais. Das pessoas e das suas futilidades. Dos hipócritas que falam tudo e não dizem nada, não movem um dedo pra mudar a realidade. Cansada dos meus amigos, que acham que me entendem... Ninguém me entende. Cansada dessa nostalgia que tá morando dentro de mim. Essa minha falta do que falar. Tô cansada da mesma história, das mesmas reclamações, dos meus mesmos erros. Da súplica por atenção.
Mãe, me dá um colo. Não fala nada não, só deixa eu chorar baixinho no teu ombro, o que tu achas? Poxa, eu tenho tudo. Será que é por isso que eu não tenho paz, mãe? Não sei, tu és mais sábia que eu, me responde: Por que eu não tenho paz? É tudo que eu quero... Sabe mãe, eu tento. Juro que eu tento. Aproveito cada brisa leve e fresca, cada réstia de sol, cada gota de chuva, cada sorriso. Mas mãe, eu acho que o problema sou eu. Mar revolto dentro do meu quarto, e o pôr do sol ali na janela, esperando para ser contemplado. Como que faz pra quebrar essa barreira interna que eu tenho? Que merda, mãe. Cansei dessa eterna tempestade dentro de mim. 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

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Eu me sinto desconfortável, aprendi a bloquear os sentimentos. Aprendi a não falar. Parei de escrever, de desabafar e de chorar. É sério, quis ser forte e acabei vazia. Os problemas continuam, e eles não são simples não. Mas ah, a vida é curta, e foi quando eu percebi isso, que eu aprendi a dizer com convicção "que se dane". Faço por mim, e por mais ninguém. Meu mundinho tá organizado, tá quietinho, e você aparece. Com esse meu bloqueio sentimental, eu já comecei achando que só ia ser diversão. E agora quando eu penso em ti, eu solto sorrisos ao vento. Quando eu escuto teu nome, meus olhos brilham. E ah! Quando eu te vejo! Festa dentro de mim, confusão de sentimentos. É pouco palavrão pra eu me expressar. Eu senti aquele arrepio, pois é, eu senti. E foi aí que eu soube: não acabei vazia, só que todo o estoque de amor que eu tenho dentro de mim ficou escondidinho por muito tempo, e agora...Ah, agora, ele tá solto. Tá dançando, tá me lambuzando. 

terça-feira, 10 de maio de 2011

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Lute por aquilo que você visa. Mesmo cansado, mesmo sem espaço, lute. Seu herói irá vir te salvar? As estradas são rachadas, há montanhas para todos os lados, há fumaça cegando seus olhos, e você continua. Como se seus pulmões fossem pequenos, como se seu coração fosse uma máquina, como se a ira e a ganância fossem o combustível dos seus membros. Não se preocupe, não há nada a temer. Ou há? Enquanto você voá, veloz, você escuta o céu, e ele sussurra pra você, é uma voz familiar, que escutara no sonho anterior. Nas noites nebulosas, nas tempestades recheadas de relâmpagos, quando um raio partir suas asas, e você cair, olhe para cima. As estrelas ainda estão lá, esperando por você. O céu é um palco, esperando para estrear a sua ópera. O universo é um campo de batalha, onde você luta pelo que quer. E o vencedor da vida, sempre será o mais corajoso.  

sexta-feira, 15 de abril de 2011

As coisas mudam com frequência, confundindo minha mente, não programada para me adaptar tão rápido a mutações bruscas. Às vezes, acontece diariamente, às vezes semanalmente. O que me intriga, é que essas mudanças, são fortes demais pra mim. Boas e ruins, eu não entendo. Parte de mim feliz, parte de mim aborrecida. Eu cansei disto, cansei de tentar me adaptar, de sobreviver à tudo isso, mais uma vez. Repetições cansativas, gastam minha mente. Meu cabelo sem brilho, minha boca rachada. Estou mergulhando em um mar que é feito de silêncio, pela eternidade. Palavras fogem de mim, eu digo tudo em pensamento. Vejo meu coração bater, meu peito está aberto, ele bate cansado...como se precisasse de um motivo pra continuar. Eu respiro rápido, como se adiantasse, como se isso me trouxesse mais ar, mais vida. Em mim, impera dor, meus olhos suplicam-te perdão. Minha pele pálida ao extremo, vejo meu sangue correndo pelo corpo. Meu pranto, parece tranquilo, sereno, como de uma criança. Toco minhas lágrimas, são flocos de gelo. O que está acontecendo comigo? O céu está dominado por dois astros. A Lua me observa de longe, ríspida. O Sol já não aquece mais meu corpo. Eu morri, mais uma vez. 

sexta-feira, 18 de março de 2011

Difícil, é ver um amor acabar tão rápido quanto surgiu. É controlar as lágrimas, todas as noites. É mostrar indiferença. É caminhar de cabeça erguida. É acordar toda manhã, e dizer: só mais um dia. É ter alguém, e perdê-lo. É querer esquecer, e não ser capaz. Ainda não fez duas semanas, mas parece que faz um ano. Sem exagero. É tempo demais longe de quem se ama. É tarde para voltar atrás. Eu programo meu dia inteiro, escuto a mesma música o dia inteiro. Ela me lembra você. Eu preciso estudar, eu tenho uma vida. Eu tenho à mim. Pronta para baixar a tela do netbook, e ir preocupar-me com biologia, matemática, literatura. A janela do msn abre, e eu vejo: ... diz: te amo.
Jogo a cabeça para trás, está no refrão de Space Bound. Eu sorrio. Eu lembro, eu canto. O coração acelera, eu descanso na cadeira. Não está tudo perdido.

sábado, 5 de março de 2011

Eu sinto frio, em pleno verão. Me sinto mais forte, excepcional. Estou em uma floresta, escura e deserta. Há um lago, um lago negro e gigantesco. Você vai em direção à ele, focando em uma única torre que está situada no centro das águas escuras. Você anda rápido, passos largos e firmes. Pára na margem do lago, olha para baixo. Não sou eu. É como se outro alguém estivesse no meu corpo, meus olhos, foram de castanho escuro, à azuis tão claros que pareciam totalmente brancos. Expressão maligna. Roupas escuras. Respiro fundo, e volto a andar. Eu sou capaz de andar sobre a água. Enquanto estou caminhando, uma ponte de ossos é erguida para me levar até o alto da torre. Numa janelinha, com a luz acesa. Entro no quarto, há algo no chão. É uma pessoa, despida e urrando de dor. O medo que ela sente por mim, me deixa eufórica, me dá forças. A criatura implora por misericórdia aos meus pés, e a curva da minha sobrancelha mostra que eu estou gostando da situação. Um sorriso no canto dos lábios, expressa o meu prazer por causar dor. Luz. O lago negro transforma-se em algo celestial. Eu não tenho medo. Descendo as escadas da torre, eu penso: eu sou o mau. Chegando na floresta, a luz me cega, e o mau sente medo. Eu acordo, e vejo que não passou de um pesadelo. 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dor.

Lágrimas escorrem dos meus olhos. Eu estou encolhida na cama, abraçada no meu travesseiro, já úmido de tanto chorar. Perdi a conta de quando tempo passei aqui. Meu coração, apertado. Meu estômago, embrulhado. Minhas pernas, rígidas. Meus braços, envolvendo meus joelhos, procurando algum tipo de conforto. Meu rosto, nada. Apenas lágrimas de sangue, deixando sua marca por onde passam. É algo, que só eu sinto. Que não consigo explicar em palavras. Há muito tempo que não consigo explicar o que sinto. É complicado demais até pra mim mesma entender. Minha melhor amiga, diz que faz mal pra mim. Minha mãe, diz que ainda é cedo. Meu pai, não quer pensar no assunto. Meus amigos, apenas sabem dizer que tudo vai ficar bem. E minhas amigas, somente dizem que já passaram pelo mesmo. Minhas mãos inquietas, ferem umas as outras com as unhas. Minha boca, seca. Molhadas superficial e levemente pelas lágrimas. Há anos que prometi que não iria sofrer por isso, que jamais iria chorar por isso. Mas agora aqui estou eu, na cama, chorando por não saber o que fazer, com o coração quebrado em milhares de pedaços, e sem forças para cumprir com a minha palavra. Talvez o que eu sinto, só possa ser explicado com uma palavra: Dor.