terça-feira, 25 de janeiro de 2011

é agora, e não depois.

você desejava amar alguém e ser amada. de tanto que você queria, você conseguiu. sempre achou que amar, só fazia mal, que machucava as pessoas, que as deixava frágeis. que no mundo de hoje, era praticamente impossível amar a pessoa certa. aí, de repente alguém surge, quase do nada. vocês conversam, vocês riem, vocês discutem. tudo rápido demais, acontece rápido demais. e quando você fala com ele, uma euforia anormal percorre todo o seu corpo. quando você pensa no assunto, você sente um embrulho no estômago. é ansiedade ou é amor ? você não sabe explicar. você nunca se sentiu assim antes. uma expressão tão pequena e fácil de dizer, parece que se torna mais difícil, pois desta vez é real. sempre que dizia ''eu te amo'', eram para amigos ou familiares. mas agora é... é pra alguém. para alguém muito importante. você sente tudo. rápido demais, intenso demais. você achava que ainda era cedo, mas não. é a hora. é agora, e não depois.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

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há anos que você jurou que nunca iria mudar, por nada nem ninguém. até que chega um momento, em que você realmente precisa mudar. sempre reconheceu seus erros, mas nunca foi humilde o bastante para pedir perdão. sempre achou que estava errada, mas não teve coragem de admitir. sempre achou que a sua maneira rebelde de ser, era demais. mas então, sua vida se transforma num caos e você tem que escolher. antipática desde criança, sorrir era desperdício de tempo pra quem não merecia. grossa, estúpida, mas nunca ignorante. ironica, sarcástica, arriada e suas risadas sempre eras às custas dos alheios. mas enfim, tem de abandonar o que achava mais divertido em você, e ser o que você detesta. ser controlada e sóbria. mas vai valer a pena, você vai fazer a situação virar a seu favor. porque as vezes é preciso dar o braço a torcer por quem amamos.

domingo, 16 de janeiro de 2011

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voce tem saudade de ser criança, de ter algo para fazer, de querer fazer algo. saudade de toda aquela energia positiva e alto astral. saudade de sofrer por um brinquedo perdido, e não por um coração partido. saudade de ralar os joelhos, de passar horas escolhendo roupas de barbies. saudade de chorar no colo da sua mãe, e de rir vendo bob esponja com seu pai. saudade de ficar conversando com a melhor amiga sobre suas cartinhas do rebelde até as 3 horas da manhã, e achar que são meninas más por estarem acordadas a tal hora. saudade de ter as bochechas esmagadas pelas amigas da sua mãe, e de ser penteada pela sua avó. saudade de conversar na aula sem preocupação. saudade de ter só a verdade diante dos olhos, e de ter paixonites que duram três dias. saudade de dormir e ter pesadelos, que hoje em dia são sonhos pra você. você tem saudade da inocência, e da falta de malícia na voz das pessoas. hoje, você acha tudo ridículo, e antes você achava, que sair de casa, já era uma aventura. hoje você sofre porque não pode voltar no tempo, e antes você sofria porque não crescia nunca.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

monalisa

são oito anos, longos e felizes. mas eles acabaram e só te restam lembranças. felizes por sinal. nove de janeiro de 2011, você está com os fones, óculos escuros, quase dormindo no carro, olhando a paisagem tão entediadora. você ouve um grito abafado e em seguida escuta: 'a giovana vai desabar.' você arranca os fones imediatamente, e senta-se num pulo no banco. você escuta a notícia, ela morreu. seus olhos enchem de lágrimas imediatamente, mas você procura não demonstrar, apenas deixa elas percorrerem seu rosto calmamente. eles olham pasmos pra você esperando mais, mais tristeza da sua parte, mas ninguém sabe como você se sente por dentro. você pede para te contarem a história desde o começo, e escuta com atenção. aconteceu no dia 24 de dezembro, e esconderam de você desde então. ela morreu dormindo, e no dia anterior, estava feliz. ela sempre foi feliz. não tira os óculos escuros, nem nas paradas para comer ou ir ao banheiro, sempre a mesma expressão no rosto: nada, só tirá-os quando poem os pés dentro de casa. está tudo tão igual, tão real, como se nada tivesse acontecido. você corre a abre todas as portas, procura em cada cômodo da casa. ela não está lá, e não vai voltar. você vai para o seu quarto, pega o telefone e liga para uma amiga. procura companhia para os próximos dias, até você não aguentar mais. todos esses dias, sem o mínimo de privacidade, você soube separar as coisas. riu e brincou. cinco dias se passam, você está sobrecarregada, e não pode contar a ninguém. pega o celular e liga para virem te buscar. chega em casa de novo. vê a casa vazia de novo. vê você com a expressão 'de nada' no rosto, de novo. entra no seu quarto, seu mundo, onde você pode chorar o quanto for preciso. senta se na cama, acabada. olha para os lados e lembra de todos os momentos junto a ela que aconteceram ali. você sente ela em seus braços, sente seu toque em você. olha as fotos, o momento chegou, não aguenta mais. você chora. a cada suspiro é como se você precisasse de o dobro de ar para respirar, a cada soluço é como se tirassem parte do seu peito. toda a dor, em parte foi colocada para fora. mas ainda tem muito mais. algo que vai durar até a sua morte, as lembranças sempre vão fazer você chorar ou sorrir. você sabe agora qual é a dor da perda, e sabe o significado da famosa frase que diz: 'é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã'. talvez não haja amanhã, pois nada dura pra sempre. tudo tem um fim. menos as lembranças. você olha para as fotos novamente, para de chorar e sorri. parte do que te faz feliz não foi embora, apenas se mudou para dentro de você. e isso sim, vai durar.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

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a morte nunca lhe parecera tão sedutora. a ideia de sumir deste mundo onde o mau domina o espaço, é encantadora. desaparecer, esquecer de vez, dormir e nunca mais acordar. você sai de casa, sem destino, ouve apenas o som da sua respiração, e a voz de seus pensamentos apesar de milhares de carros passarem e muitas pessoas conversarem, mas você só vê movimento dos lábios delas e dos carros indo e vindo. você pensa em tudo, mas ao mesmo tempo em nada. pensa que a vida toda, preocupou-se com o que iria acontecer depois, e não com o prazer que sentiria se tivesse feito na hora. pensou no que seus pais diriam, o que seus amigos achariam, o que ele acharia. você vê o cruzamento, os carros não param, e o semáforo parece morto. você simplismente fecha os olhos a caminha em direção ao meio da rua. abre o mínimo possível dos seus olhos, um grande sedã preto vem buzinando na sua direção. sua vida inteira passa novamente diante de seus olhos, toda a sua felicidade, desde que nascera, em todo o carinho que sempre recebeu e rejeitou. resolve então desistir, mas é tarde de mais. está em uma sala branca completamente vazia, exceto por você e por uma espécie de televisão lcd de 29148390483249404893 de polegadas. você vê o seu poróprio corpo jogado no chão, com a cabeça sangrando. a polícia e a perícia estão colocando fitas amarelas em volta do cruzamento e entrevistando o motorista do sedã. uma luz extremamente clara e celestial te cega e uma terrível e torturante sensação de arrependimento invade seu peito. então ouve um estouro e sente uma dor nas costas. você está chorando no chão, acabara de cair da cama. e tudo não passou de um pesadelo, ou de um sonho.

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é noite e o céu está mais escuro e sombrio do que o normal. você se dirige à varanda com um livro na mão, senta-se numa cadeira e abre o tal livro. antes de começar a ler, você dá um profundo suspiro, apesar de ser verão, o ar gélido parece congelar seu coração. aquela noite sombria, a solidão, nunhum ser vivo à sua volta. o mundo parece que resume-se em uma cadeira, um livro e você, todos largados em numa varanda com um vasto céu acima. você esfrega o braço para tentar se aquecere baixa os olhos para o livro. páginas e páginas de uma história fascinante. algo chama a sua anteção, você olha para o céu, são fogos de artíficios. o reflexo daquelas pequenas e extraordinárias explosões à distância reflete nos seus olhos negros. você sorri, não sabe porque, pois é uma coisa quase que comum. não é ano novo, ou alguma data comemorativa, els surgiram do nada no silêncio da noite. a luz veio te tirar dessa sombria solidão, ou pelo menos tentou.

domingo, 2 de janeiro de 2011

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primeiro de janeiro de 2011, meia-noite. meia-noite e um, o primeiro dia do ano acabara de encerrar, e nada mudou. então você pega o seu celular, abre o teclado qwerty, e começa a digitar no bloco de notas que está no painel principal. você começa "ser mais [...]", você para abruptamente de digitar, olha para a janela, o céu, e pensa. pensa sobre o que você é, e o que você quer ser. você é arrogante, anti social, estúpida, inteligente e sensata. você quer ser mais simpática, mais comunicativa, menos reservada e ter mais gente à sua volta. sabe, de um tempo pra cá, você percebe que ser você mesma, trouxe muitos problemas. você afastou pessoas, magoou pessoas e perdeu pessoas. mas também, permitiu-lhe ver quem realmente fica sempre do seu lado, apesar do seu jeito estranho de ser. ser quem você quer ser, vai fazer você viver de mentiras, como atras de altos muros escuros, onde sombras fazem você medir as palavras, onde um deslise, pode desmanchar a sua "vida". você desvia os olhos da janela, e volta para o celular. as luzes ainda estão acessas, fecha o teclado qwerty, e liga o music player. dorme, e pela manhã, abre novamente o bloco de notas e finalmente digita: ser mais eu mesma. 

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você conhece pessoas novas, elas são adoráveis. sua personalidade forte se torna às vezes incompreendível, a maneira como você é quieta, como você é reservada, teimosa e brava. tem gente que não te conhece diz o contrário, que você fala bastante. mas não, você só observa. atras dos seus óculos-escuros, o mundo é diferente, não por causa da cor. mas porque você aponta a cabeça para alguma direção e observa a oposta. você vê coisas que as pessoas acham que ninguém vê ou sabe. você observa cada uma delas, e diz se elas roem as unhas, pois são ansiosas, se tem machucados nas pernas, pois são distraídas, se arrumam o cabelo, pois são preguiçosas. até que você vê elas olhando pra você, você ameaça levantar a cabeça e desviam o olhar, para não se encontrar com os seu. isso te causa uma tremenda indignação e fúria. porque elas não querem que você saiba ? porque elas não revelam nada nos olhos ? pessoas incompreendíveis, como você. você sente algo, e demonstra o oposto. você não é a única assim pelo visto. só que a diferença é que você é uma ótima observadora. talvez seja ótima nisto, por ser péssima em falar.