sexta-feira, 18 de março de 2011

Difícil, é ver um amor acabar tão rápido quanto surgiu. É controlar as lágrimas, todas as noites. É mostrar indiferença. É caminhar de cabeça erguida. É acordar toda manhã, e dizer: só mais um dia. É ter alguém, e perdê-lo. É querer esquecer, e não ser capaz. Ainda não fez duas semanas, mas parece que faz um ano. Sem exagero. É tempo demais longe de quem se ama. É tarde para voltar atrás. Eu programo meu dia inteiro, escuto a mesma música o dia inteiro. Ela me lembra você. Eu preciso estudar, eu tenho uma vida. Eu tenho à mim. Pronta para baixar a tela do netbook, e ir preocupar-me com biologia, matemática, literatura. A janela do msn abre, e eu vejo: ... diz: te amo.
Jogo a cabeça para trás, está no refrão de Space Bound. Eu sorrio. Eu lembro, eu canto. O coração acelera, eu descanso na cadeira. Não está tudo perdido.

sábado, 5 de março de 2011

Eu sinto frio, em pleno verão. Me sinto mais forte, excepcional. Estou em uma floresta, escura e deserta. Há um lago, um lago negro e gigantesco. Você vai em direção à ele, focando em uma única torre que está situada no centro das águas escuras. Você anda rápido, passos largos e firmes. Pára na margem do lago, olha para baixo. Não sou eu. É como se outro alguém estivesse no meu corpo, meus olhos, foram de castanho escuro, à azuis tão claros que pareciam totalmente brancos. Expressão maligna. Roupas escuras. Respiro fundo, e volto a andar. Eu sou capaz de andar sobre a água. Enquanto estou caminhando, uma ponte de ossos é erguida para me levar até o alto da torre. Numa janelinha, com a luz acesa. Entro no quarto, há algo no chão. É uma pessoa, despida e urrando de dor. O medo que ela sente por mim, me deixa eufórica, me dá forças. A criatura implora por misericórdia aos meus pés, e a curva da minha sobrancelha mostra que eu estou gostando da situação. Um sorriso no canto dos lábios, expressa o meu prazer por causar dor. Luz. O lago negro transforma-se em algo celestial. Eu não tenho medo. Descendo as escadas da torre, eu penso: eu sou o mau. Chegando na floresta, a luz me cega, e o mau sente medo. Eu acordo, e vejo que não passou de um pesadelo. 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Dor.

Lágrimas escorrem dos meus olhos. Eu estou encolhida na cama, abraçada no meu travesseiro, já úmido de tanto chorar. Perdi a conta de quando tempo passei aqui. Meu coração, apertado. Meu estômago, embrulhado. Minhas pernas, rígidas. Meus braços, envolvendo meus joelhos, procurando algum tipo de conforto. Meu rosto, nada. Apenas lágrimas de sangue, deixando sua marca por onde passam. É algo, que só eu sinto. Que não consigo explicar em palavras. Há muito tempo que não consigo explicar o que sinto. É complicado demais até pra mim mesma entender. Minha melhor amiga, diz que faz mal pra mim. Minha mãe, diz que ainda é cedo. Meu pai, não quer pensar no assunto. Meus amigos, apenas sabem dizer que tudo vai ficar bem. E minhas amigas, somente dizem que já passaram pelo mesmo. Minhas mãos inquietas, ferem umas as outras com as unhas. Minha boca, seca. Molhadas superficial e levemente pelas lágrimas. Há anos que prometi que não iria sofrer por isso, que jamais iria chorar por isso. Mas agora aqui estou eu, na cama, chorando por não saber o que fazer, com o coração quebrado em milhares de pedaços, e sem forças para cumprir com a minha palavra. Talvez o que eu sinto, só possa ser explicado com uma palavra: Dor.