sexta-feira, 26 de novembro de 2010

.

gritam com você, seu celular está sem bateria, os fones não vão te salvar desta vez. você tem de enfrentar. perguntam, você responde. gritam, você grita. dão risada, você fica séria. mostram raiva no olhar, e você mostra mais ira ainda. você é uma eterna insatisfeita, nunca está bom. nunca. terminam de fazer o discurso desnecessário e mandam você subir para o seu quarto. você fecha os olhos e agradece por estar ali. você deita e fecha os olhos, não tem ideia de quanto tempo está passando, depois seu travisseiro está molhado. você acaba de chorar. não porque se ofendeu com algo que te falaram, ou porque acha que está errada. chorou de raiva. muita raiva. você é forte, só chora quando está irada. não chora por dor, por alguém, só chora pela raiva que você sente desse mundo. ouve um barulho, seu celular está carregado. você olha com muita raiva para ele, porque na hora que você mais precisou ele não foi te ajudar. joga o telefone na parede. fecha a porta com força, a janela, as gavetas, o ropeiro. apaga as luzes e fica ali parada, por muito tempo, quando as suas pernas dizem que você não aguenta mais, suas pálpebras pesam, seu pescoço dói, procura a cama, no escuro, e deita. pega no sono. no outro dia você só lembra que teve pesadelos, e que eles aconteceram de verdade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário