terça-feira, 4 de janeiro de 2011

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a morte nunca lhe parecera tão sedutora. a ideia de sumir deste mundo onde o mau domina o espaço, é encantadora. desaparecer, esquecer de vez, dormir e nunca mais acordar. você sai de casa, sem destino, ouve apenas o som da sua respiração, e a voz de seus pensamentos apesar de milhares de carros passarem e muitas pessoas conversarem, mas você só vê movimento dos lábios delas e dos carros indo e vindo. você pensa em tudo, mas ao mesmo tempo em nada. pensa que a vida toda, preocupou-se com o que iria acontecer depois, e não com o prazer que sentiria se tivesse feito na hora. pensou no que seus pais diriam, o que seus amigos achariam, o que ele acharia. você vê o cruzamento, os carros não param, e o semáforo parece morto. você simplismente fecha os olhos a caminha em direção ao meio da rua. abre o mínimo possível dos seus olhos, um grande sedã preto vem buzinando na sua direção. sua vida inteira passa novamente diante de seus olhos, toda a sua felicidade, desde que nascera, em todo o carinho que sempre recebeu e rejeitou. resolve então desistir, mas é tarde de mais. está em uma sala branca completamente vazia, exceto por você e por uma espécie de televisão lcd de 29148390483249404893 de polegadas. você vê o seu poróprio corpo jogado no chão, com a cabeça sangrando. a polícia e a perícia estão colocando fitas amarelas em volta do cruzamento e entrevistando o motorista do sedã. uma luz extremamente clara e celestial te cega e uma terrível e torturante sensação de arrependimento invade seu peito. então ouve um estouro e sente uma dor nas costas. você está chorando no chão, acabara de cair da cama. e tudo não passou de um pesadelo, ou de um sonho.

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